sábado, 13 de fevereiro de 2010

Conflitos

Estão reclamando que há um bom tempo eu tenho andado chata, que tentam, tentam e não conseguem me fazer voltar a ser o que era antes. Então, logo recebem como reação um sorriso meu e um pedido de desculpas. Eu não sei o que está acontecendo comigo. Ou vai ver é esse mesmo o problema: não está acontecendo nada. As minhas férias não parecem férias, exceto pelo fato de eu não ter que ir à faculdade. A situação é tão crítica que no dia que eu coloco os pés na calçada de casa eu adoeço. Chega a ser inacreditável. Mas o que não dá pra crer mesmo é que o meu problema não era sintoma de doença, como eu cheguei a pensar. Não sei por que que eu tenho que ser tão diferente. "Adoeci" por que o meu corpo pressente quando algo de ruim está para acontecer. E eu só tenho essa certeza depois que acontece e todos os sintomas desaparecem repentinamente, bem como haviam surgido. É como se eu estivesse de uma maneira inexplicável interligada com tudo e todos que fazem parte da minha vida. Eu só queria poder evitar certos acontecimentos. Sinto-me impotente. Sim, porque vejo que nada depende só de mim, mas ao mesmo tempo depende fatalmente de mim. Então se acontecem, a culpa também é minha. Mas como? Eu quero ficar de fora. Já tenho problemas demais pra ter participação nos problemas dos outros. Mas eu sou assim. A dor de alguém não é só desse alguém. É minha também. Se eu fosse um pouco mais egoísta ajudaria e muito. Mas eu não quero ser egoísta. Eu não sou individualista.
Conflitos explodem dentro e fora de mim como se eu fosse a pólvora.
Se eu soubesse diria pra vocês o que poderiam fazer por mim. Eu até sei, mas vocês não acreditam que isso seja o bastante. Basta que estejam ao meu lado pra me ouvirem dizer uma ou outra palavra inútil como se fossem suspiros, até que um dia finalmente eu reaja a essa sobrevida. As vezes penso que o grande problema em meio a tudo isso é eu não dar espaço pra tudo se resolver sem mim. Tenho um medo inacabável de sentir culpa por não ter feito algo.
Desculpa por dividir meus problemas-de-todo-o-mundo com vocês. A culpa é toda minha. Vocês não têm que me ouvir. Não sintam nunca a minha dor. Todo o fardo que carrego é compulsivamente opcional. Eu não teria coragem de desobedecer as regras, desafiar a ditadura. Hoje não.
P.S.: Tá tudo louco aqui dentro.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Poucas palavras

Se algum dia eu já tive uma certeza, hoje não restou sequer sombra dela. Dúvida é uma palavra que me define. Fato.