segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Aquilo que não se vê

Lúcia amava Cláudio, mas odiava a outra pessoa em quem ele se transformava quando alcoolizado. Algumas vezes já havia ameaçado pôr fim àquele relacionamento caso o mesmo não se comprometesse em parar de beber ou ao menos aprender a beber controladamente. Além do desgaste provocado por outros motivos, a bebida era uma das principais ameaças à relação. Cláudio se tornava agressivo e não media as palavras antes de pronunciá-las. Lúcia cheia de mágoas, mesmo o amando demasiadamente, estava disposta a acabar com aquele tormento. Na noite anterior Cláudio cometeu o erro que ela considerou a gota d’água. Cláudio sabia que Lúcia era o amor da sua vida e quando se viu sem sua amada entrou em desespero, porque sabia que, uma vez tomada a decisão, Lúcia jamais voltaria atrás. E foi com um mix de doses absurdas de amor e de esperança que Cláudio obteve a oportunidade de provar pra Lúcia que estava disposto a mudar.

Lúcia sai de casa com as mãos ocupadas com tudo aquilo que julgava merecido devolver a Cláudio. Logo em frente ao seu portão ela pôde notar um colorido hipnotizador de flores formando uma trilha. Surpreendeu-se com o fato da trilha ser o caminho da casa de Cláudio. Decidiu seguir o seu destino envolvida naquele aroma inebriante. Profundamente comovida, aqueles 15 minutos de caminhada em meio a tantas flores a fizeram esquecer naquele momento qual era a sua intenção ao sair de casa. Cláudio a esperava apreensivo. Recebeu-a com lágrimas no rosto e um pedido irrecusável: “Casa comigo!”

Aquela noite foi de acordos e juramentos. Cláudio evita o álcool, e Lúcia, as crises de ciúmes.

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