Quando estou em seus braços eu falo sempre que a minha vida pode acabar a qualquer momento. Não sinto nada nem me sinto alguém. Você me diz “apenas respire”. Então eu permaneço, mas a parte de mim que se mantém viva é inteiramente tua. Nada meu realmente me pertence. Confusa como os meus pensamentos, caminho por ruas esquisitas, empoeiradas e muitas vezes enlameadas. Nunca sei onde estou indo, mas ao mesmo tempo em que penso em ir longe, eu penso em voltar. Parece que há alguém me seguindo, e eu não vejo nada quando olho para trás. Eu nunca vou me conformar em ter me perdido. Quando vão me achar? Eu passo frio, eu sinto medo, uma fome dolorosa e um cansaço incurável. Agora sei que está ficando tarde. Muito tarde.
sábado, 29 de outubro de 2011
domingo, 16 de outubro de 2011
Passageiro
"Tive que fazer essa escolha. Todos os dias eu tenho que me lembrar que preciso te deixar viver. Não tenho o direito de lhe atormentar com as minhas fraquezas, portanto, na hora que a saudade chega eu busco urgentemente me distrair, pra não me deixar cair em tentação e estragar a sua paz mais uma vez. Nunca é fácil, mas eu penso no que é melhor pra você, no direito que você tem de seguir a sua vida independente de mim. Falta pouco pra nos livrarmos um do outro? Já esgotei todas as minhas tentativas de agilizar esse processo." (13.10.2011)
Vulneravelmente tendenciosa a cair em seus braços e deixar me prender neles para sempre.
Vulneravelmente tendenciosa a cair em seus braços e deixar me prender neles para sempre.
sábado, 15 de outubro de 2011
"Uma jujuba por vez"
Dessa vez foi diferente e só agora eu me dei conta disso. Eu até posso ter intuído a respeito, embora tenha respeitado aquele momento sem criar expectativas sobre ele. Mas pensando bem, ontem foi especialmente diferente. Conversamos abertamente sem querer impressionar um ao outro. Foi um diálogo puro, livre de qualquer pretensão. Depois, naturalmente aconteceram os abraços, que se repetiram de forma exagerada. Uma amizade como a nossa está acima de qualquer suspeita. Então, não haveria problema em aceitar amenizar as dores de suas costas com uma simples massagem. Não era para haver problema.
Em 11.10.2011.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Bel-prazer
...eu aqui, pedindo pra você vir. E o que eu faria se você me atendesse? Não seria algo tão simples. Sentaríamos frente a frente, nos olharíamos, sorriríamos tímidos, talvez, e você me pediria um beijo. Por mais que esse fosse o meu maior desejo, eu diria "vamos conversar". Minha forte inclinação a reprimir vontades não é algo planejado, mas eu devo admitir que minha natureza é de fazer jogo duro, antes de proporcionar o que de melhor sou capaz de oferecer. Bel-prazer. Sou mesmo um bicho incomum. Meu negócio é ser diferente, fazer diferente. Pena é que o excêntrico não seja excitante para a grande maioria. Ah, para mim é no mínimo curioso, e a curiosidade sempre me despertou interesse. Tudo começa por aí. Começou assim e você nem lembra. Tive que pular uma etapa ou outra, pois tenho pressa. Agora acaba o assunto e eu te beijo. É que nesse jogo eu sempre acabo perdendo a força e fica fácil me arrancarem o troféu. Você venceu.
sábado, 8 de outubro de 2011
É justo
"Vem. Você tem a chave. Não bata na porta. Simplesmente entre. O espaço é teu." Escreveu como se sancionasse sua própria sentença de morte e a enviou. Ela sabia o que a esperava.
Minha avó sempre diz que com o coração não se brinca. Sempre parei pra refletir sobre isso. Sempre concordei, embora não tenha conseguido dimensionar o significado mais profundo dessa expressão. Chego a pensar que esse é o meu passatempo mais habitual, embora não preferido. Antes que me acusem, passo o tempo jogando meu próprio coração para o alto, brincando de ver quem pega ele primeiro. Então eu decido se pode ou não ficar. Com ninguém até hoje eu quis que ele ficasse por muito tempo. Mas querer nunca foi poder, não é verdade? Como escolha não tenho, faz dele o que quiser. De hoje em diante, não me responsabilizo com nada. Só não reclame se esse gelo nunca mais derreter.
Minha avó sempre diz que com o coração não se brinca. Sempre parei pra refletir sobre isso. Sempre concordei, embora não tenha conseguido dimensionar o significado mais profundo dessa expressão. Chego a pensar que esse é o meu passatempo mais habitual, embora não preferido. Antes que me acusem, passo o tempo jogando meu próprio coração para o alto, brincando de ver quem pega ele primeiro. Então eu decido se pode ou não ficar. Com ninguém até hoje eu quis que ele ficasse por muito tempo. Mas querer nunca foi poder, não é verdade? Como escolha não tenho, faz dele o que quiser. De hoje em diante, não me responsabilizo com nada. Só não reclame se esse gelo nunca mais derreter.
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