segunda-feira, 31 de março de 2008

Por todo amor... Por você...




...porque esperar é o que tenho feito. Percalços... Cada segundo que passa é como um primeiro instante sem te ter, sem te ver desde que se foi. Machuca o mesmo. Volta! Cada gota de chuva que toca o chão toca meu corpo como agulha violenta por saber tocar-lhe também em meio ao desconhecido. Como estará nesse exato momento? Aqui, no conforto do nosso lar, onde as paredes limitam a sensação de frio que o vento agrava lá fora, sinto a tempestade que invade meu coração e vasculha tudo em revolta por não te ter mais comigo. Minha vontade é de gritar até você me ouvir ou quem sabe mesmo apenas fatigar as cordas vocais. Só quero um jeito de te encontrar ou de extravasar toda essa ressaca que me faz soluçar. Ouça-me: faça-me te ouvir! Imploro. Se fecho os olhos, atinjo exatamente os teus, cerrados também, a denunciar o sofrimento por que tem passado. Entenda: ainda que para sempre eu não te encontre mais, jamais, em momento algum irá dissipar-se em meus pensamentos. Por todo amor que te sinto, não te deixarei ir. Terei pra mim, nem que seja ilusório, que enquanto eu não me conformar estarás me esperando ir te buscar. E eu irei. Um sinal, somente. Enquanto houver amor, haverá esperança. Enquanto houver esperança, haverá vida. Enquanto eu existir, existirá. – Talvez seja mesmo ilusão, eu sei, isso de o amor ser o o diferencial entre a vida e a morte. Mas que seja o amor que me mantenha viva... Por você...


*Nota: Esse texto acabou ganhando um duplo sentido muito embora tenha sido escrito com intenção e pensamento e sentimento pela minha cachorrinha (Pinscher Nº 0) que no dia 16 desse mês se perdeu na fazenda da minha família, dia em que começou a temporada de chuva na região. Sabemos onde a mesma se encontra, mas devido a vasta extensão do território, e grande volume pluviométrico nos últimos dias que acabaram ilhando a região, ainda não a encontramos. Certamente logo, logo os sorrisos voltarão aos nossos rostos quando a nossa pequena voltar para casa. Para isso, manteremos nosso amor por ela incondicionalmente. Grata à força enviada pelos amigos.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Ímpeto prazeroso


Enquanto o mundo gira e as formas anseiam por seus reservados movimentos, permaneço imóvel a ver as músicas que soam no silêncio ensurdecedor de doces palavras alheias. Permito-me cantá-las numa interpretação íntima, profundamente introspectiva no outrem. Minh’alma, fria e gélida, então, aquece e eleva-se como balão rumo a novos horizontes...

sábado, 15 de março de 2008

O início do fim do que não teve início


Por que venho até você todos os dias? Sentes a minha presença? Embriago-me do ar que tu respiras como se o tivesse filtrado com responsabilidade para manter viva a nossa existência conjunta, incomum, frágil e ao mesmo tempo intensa. E o pulsar do teu sangue dá ritmo ao meu coração descompassado, atordoado por vez em quando tentares sair dele. Covarde sentimento que me torna tão dependente a ponto de ser-te sua somente. Nem o vento mais me toca, nem o sol me aquece, nem as cores gritantes me chamam mais a atenção. Vagueio vida a fora grudada a ti a te proteger – a sobreviver... Se soubesses, anjo meu... Nada. Despeço-me num ato fugidio, pondo um fim sem recomeço nessa estória de eu mesma a fim de viver.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Descarregando as tensões


Não sei bem por onde começar, mas venho falar dos momentos em que eu desabo. Por todas as cobranças e responsabilidades que adquiri tenho de manter uma aparência forte. Sinto que, assim como para os meus problemas, eu tenho de ser firme para os problemas das pessoas com quem eu me preocupo. Tenho que, a todo instante, manter-me em atividade, “segurando a onda” de muita gente quando num momento de necessidade não são capazes de raciocinar direito. Não, eu não sou psicóloga, terapeuta, esse tipo de profissional. Não profissionalmente. Reconhecidamente eu “funciono” como terapeuta dos meus amigos, alguém que escuta (não necessariamente) com atenção aquilo que nem todos “agüentam” escutar, que dá conselhos lógicos e exprime suas opiniões com sinceridade, somente cuidando para que a verdade não promova estragos como uma metralhadora. Que fique claro que eu não estou querendo com isso aqui dizer que sou a voz da razão, ou alguém muito sábia. Não. Eu sou alguém disposta a fazer pra quem necessita o que eu gostaria que fizessem pra mim quando estou precisando, e falando o tanto que eu falo dificilmente alguém se dispõe a ficar do meu lado ouvindo tudo. Pois então... Essa muralha aqui às vezes ameaça ruir. Eu passo um longo tempo sem derramar uma lágrima sequer, agüentando injustiças, sofrendo calada, engolindo a seco as pessoas fingidas que acham que enganam a todo mundo, suportando todas as subestimações, enfim, sobrecarregando a minha boa vontade em querer manter tudo numa boa. Longo tempo mesmo, até que chega um dia em que eu não suporto mais e tenho que colocar pra fora tudo aquilo que está me fazendo mal. Nesse momento eu me sinto fraca, impotente, desprotegida. Escondida, choro até a última gota de lamento que possa existir dentro de mim. Muitas vezes choro de frente ao espelho concordando com cada lágrima que cai dos meus olhos, outras vezes retraio-me num canto de parede até sentir-me fortalecida pra ficar de pé novamente. No fim da crise lá estou eu simplesmente sorrindo para o mesmo espelho e repreendendo-me em pensamento: “ora que besteira”! E como se nada tivesse acontecido, sintonizo-me na freqüência mais carecida e me visto outra vez de eu mesma, mas do meu eu mais forte, “capaz de sobreviver na guerra”.