sábado, 15 de março de 2008

O início do fim do que não teve início


Por que venho até você todos os dias? Sentes a minha presença? Embriago-me do ar que tu respiras como se o tivesse filtrado com responsabilidade para manter viva a nossa existência conjunta, incomum, frágil e ao mesmo tempo intensa. E o pulsar do teu sangue dá ritmo ao meu coração descompassado, atordoado por vez em quando tentares sair dele. Covarde sentimento que me torna tão dependente a ponto de ser-te sua somente. Nem o vento mais me toca, nem o sol me aquece, nem as cores gritantes me chamam mais a atenção. Vagueio vida a fora grudada a ti a te proteger – a sobreviver... Se soubesses, anjo meu... Nada. Despeço-me num ato fugidio, pondo um fim sem recomeço nessa estória de eu mesma a fim de viver.

7 comentários:

disse...

Sempre os questionamentos intermináveis e sem respostas... como diria o protagonista de Grande Sertão: Veredas, "viver é um negócio perigoso".

Anônimo disse...

Pode amar, pode ser de outro, mas não pode se abandonar. Não vale a pena...

Beijos.

Unknown disse...

o Sempre e bom e velho sofrimento de Amor!!

tem coisa mais inspiradora para um poema !!!


to lendo um livro qeu explica toda essa nossa gana de sempreescrever de amor e de dizer o quanto sofremos.


só penso no quanto tbm já fizemos sofre!


fui

[P] disse...

Enquanto lia as primeiras frases, me perguntei logo o porquê de nos tornarmos, às vezes, tão dependente. Daí você citou a dependência. Dependência e amor, definitivamente, não devem andar juntos...

Beijos.

Filipe Garcia disse...

Bonitas palavras. Na poesia, a gente acha tudo bonito demais. Mas a realidade é diferente e, ser dependente de alguém, traz consquências graves.

Você sabe usar bem as palavras.
Gostei demais.

bjos

Camilinha disse...

Eu já escrevi isso... tantas e tantas vezes... de tantas formas diferentes...

acho que é assim mesmo, né?!

prazer, camila.

beijos daqui...

Fernando Locke disse...

O fim daquilo que talvez nunk tivesse começado! muito bom! e vc está utilizando umas metádoras boas tbm! abraço!