De repente o sol ilumina e anuncia um novo dia. Abro os olhos, faz frio mas não há chuva. E ainda aqui desperta em mim uma nostalgia. Esse cheiro da manhã...
Uma brisa muito fresca obrigava a correr livre como em busca da sensação de liberdade. Não ía longe. Soltava as mãos e abria os braços, lutava pra não cerrar os olhos. Pedalar de encontro ao vento enchia de uma paz tão serena que acalentava como um abraço. Um arco-íris logo mais estendia sua alegria e tudo o mais era encantado.
Houve um tempo em que as tardes amarelas causavam medo. E as laranjas mais ainda! Só as cinzentas traziam paz. E quando muito frio, tudo ao redor ficava branco e não se via coisa além de logo ali. E quando o céu estava azul?!? A pele ardia...
Enquanto remava eu fechei os olhos suavemente e você olhando pra mim. Senti um calor interno me aquecer em contraste com o externo. Abri os olhos e não mais o vi à minha frente, mas senti-o atrás de mim. Soltou os remos pra não me deixar cair e quando vi já estava segura. "Tão frágil...", você me disse! À deriva ficamos aquela tarde inteira. Sorrimos das formas que as nuvens tomavam ao sorrirem das formas que tomávamos enquanto sorríamos. Sorrimos a tarde inteira! E a lua nos descobriu...
Mamãe chamava por mim. Desci apressada temendo que tivesse descoberto o que fazia em cima da árvore. Ela não podia me ver com o pensamento longe. Deitada estava eu olhando para o céu, mas não ali. Nem eu nem o céu azul da cor do mar...
Acordei novamente surpresa por ter me pego dormindo outra vez. Ele ainda estava ao meu lado, atrasado para o trabalho. Graças a Deus ainda estava dormindo. Levantei e fui fazer o café. Logo em seguida ele aparece me perguntando se dormi bem. Respondi: Sim, sonhei com você...
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